Desporto

Barbosa: o guarda-redes condenado para a vida

FIFA.com

Perante 220 mil testemunhas, Moacir Barbosa foi condenado pelo Maracanã como vilão do jogo frente ao Uruguai. O Maracanazo condicionou o resto da vida do guardião.

Moacir Barbosa Nascimento costumava dizer que "jamais alguém no Brasil recebeu uma pena tão longa" como a dele. O guarda-redes do Brasil na célebre final perdida no Maracanã nunca esqueceu o fatídico dia 15 de junho de 1950.

Condenado pela torcida depois de sofrer dois golos do Uruguai, num jogo em que os canarinhos apenas precisavam de um empate para ser campeões do mundo. Na bancada estavam 220 mil adeptos, que enchia por completo um palco que, esperavam os brasileiros, seria o lugar de consagração. Mas não foi.

Ano mais tarde, disse Barbosa que aquela foi a única forma de ficar nos livros do futebol brasileiro, numa rara entrevista à televisão Globo. "Isto marcou a vida do Barbosa de uma maneira. Eu disse um dia que isto foi a única forma de entrar para a história do Brasil e nunca mais sair dela".

Depois de 1950, Barbosa fez carreira no Vasco da Gama onde chegou a ser campeão carioca.

Acabou por ter poucas oportunidades para regressar à "canarinha".

Contam as crónicas que em 1993 chegou a mesmo ser barrado do balneário da seleção antes de um jogo com o Uruguai, para "não trazer má sorte" à seleção brasileira.