O presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, ameaçou hoje cortar o relacionamento comercial com a Caixa Geral de Depósitos, caso esta encerre o balcão de Avanca.
Em comunicado, o autarca dá conta de que lhe foi comunicada, de maneira informal, a intenção da CGD de fechar a agência da vila de Avanca, que tem cerca de sete mil habitantes.
"Queremos que esse balcão se mantenha! A população de Avanca precisa que esse balcão se mantenha! Eu, como representante máximo deste povo, reivindico-o! Exijo-o", escreve Diamantino Sabina.
O presidente da Câmara de Estarreja, município a que Avanca pertence, escreveu a Paulo Macedo, presidente da comissão executiva e vice-presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, manifestando o seu "espanto e consternação" pela medida anunciada e pedindo esclarecimentos.
"Vincarei firmemente esta minha posição e ordenarei imediatamente a cessação de quaisquer relações comerciais entre a Câmara Municipal de Estarreja e a Caixa Geral de Depósitos! Aconselharei toda a população de Estarreja a fazer o mesmo!", adverte o autarca.
Na tentativa de impedir o fecho da agência da CGD em Avanca, Diamantino Sabina anuncia a intenção de transferir "todas as operações (da Câmara de Estarreja) para outras entidades bancárias, caso a Caixa concretize essa decisão.
Na carta enviada ao responsável da CGD, o autarca questiona os critérios para tomar tal medida em relação a Avanca, que contraria "as políticas de proximidade" e pede o agendamento de uma reunião "no mais curto prazo de tempo possível", para transmitir as suas posições.
A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, disse hoje em comunicado o banco público.
A CGD não indica quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas. Os clientes afetados continuarão a ter as mesmas condições nos balcões para que mudam e um cartão de débito gratuito durante um ano.
A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e que quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.
A redução da operação da CGD, incluindo com fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.
Em 2017, tinha fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.
Lusa / Fim