Mundo

Palhaço morre após agressão no trânsito

epa06646469 Clown's shoes are seen during the first clown festival in Belarus in Bobruisk, some 150 km from Minsk, Belarus, 01 April 2018. (issued 05 April) About 60 participants from Belarus and Russia took part in the event. The first clown festival in Belarus took place in Bobruisk on the April Fool's Day on 01 April 2018. About 60 clowns from Belarus and Russia gathered to entertain spectators. For 1 day Bobruisk became a capital of Jokes and Humour. Theaters of clownery, mime-theaters, individual performers of humorous genre, stilts and hospital clowns performed on a stage of the Palace of Arts. Most of the participants have other jobs and practice clownery as a hobby. Clown Betty says she works as a clown because she loves childrens laughter and emotions. Before the show, clowns visited Bobruisk children's hospital and children's social shelter to make fun and bring laughter to it's little inhabitants. 'Clown-Show 2018' was held in a city with over 200 000 polulation and is planned to become annual and to spread it's geography of performes. EPA/TATYANA ZENKOVICH ATTENTION: This Image is part of a PHOTO SET Tatyana Zenkovich/EPA

Deixou cair o pino com que fazia o seu número cómico de malabarismo em cima de um automóvel. O dono do veículo, primeiro agrediu-o a soco e pontapé, depois ficou inconsolável.

A cena seria cómica, não fosse trágica. Muito trágica.

Um palhaço de rua, que também era malabarista, atirava os seus pinos ao ar quando um deles, por desatenção, caiu em cima de um carro.

Irritado, o condutor saiu da viatura e pediu explicações ao palhaço. Este terá dito que o problema não era dele. O motorista insultou-o. O palhaço foi então atrás do homem e agrediu-o com um pino na nuca. O motorista virou-se, socou-o e, enquanto o palhaço se contorcia com dores, ainda lhe desferiu um violento pontapé na cara.

O palhaço, chamado Adriano Ribeiro, caiu no chão, desmaiado. Foi para a unidade de cuidados intensivos de um hospital da cidade onde tudo aconteceu, a paulista Mogi Guaçu, e onde acabaria por morrer dias depois.

O motorista, de nome João Guidini, por sua vez, ficou inconsolável. Entrevistado ainda antes da confirmação do óbito, Guidini afirmou: "Rezo todos os dias para que o palhaço se recupere".

Mesmo antes de Adriano morrer, o condutor já era hostilizado na cidade. Os filhos e outros familiares foram mesmo obrigados a sair das redes sociais por causa dos insultos, e até estava em cima da mesa a possibilidade de mudança de Mogi Guaçu para outro lugar.

"Nunca tinha brigado na minha vida, nunca tinha dado um tapa em ninguém, nunca pensei que isto fosse acontecer na minha vida, a família inteira está abalada!", continuou Guidini, segurando o choro, em entrevista à TV Globo, ainda antes da morte.

Agora, vai aguardar o julgamento, por agressão seguida de morte, em liberdade.

O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.