Política

Trump: mais um "cromo" para a caderneta de Marcelo

Trump: Mais um cromo na caderneta de Marcelo Pedro Silva

Em pouco mais de dois anos, o Presidente da República já fez 40 viagens a 28 países e já esteve pessoalmente - fora do país - com pelo menos 25 chefes de Estado. Donald Trump será o 26º.

Se a Panini criasse uma caderneta de cromos de todos os chefes de Estado e gente importante com quem Marcelo Rebelo de Sousa já esteve, haveria, seguramente, vários cromos repetidos. O rei Filipe VI seria aquele "irritante" que já toda a gente tem, mas que continua a sair. E o pior é que já ninguém o quer para a troca. Marcelo Rebelo de Sousa já esteve, pelo menos, sete vezes com o Rei de Espanha. Entre visitas de Estado, encontros da COTEC e Cimeiras, é só fazer as contas.

Mas se há "cromos" repetidos" na caderneta oficial de gente importante do Presidente da República, há também alguns bem difíceis de "sacar". Fidel Castro foi, seguramente, um dos mais difíceis. O líder histórico de Cuba, que morreu a 25 de novembro de 2016, esteve com Marcelo Rebelo de Sousa um mês antes, naquele que terá sido um dos últimos encontros de Fidel com entidades estrangeiras.

Quando Marcelo decidiu incluir Cuba no périplo pela América Latina, já tinha este "cromo" fisgado. Mas a dúvida manteve-se até à última, sobretudo pela instabilidade do quadro clínico de Fidel Castro. Longe dos jornalistas e num local secreto, o encontro lá aconteceu. Do que falaram, soube-se muito pouco, mas, para a história e para a caderneta de Marcelo, ficaram as fotografias dos dois sorridentes.

Quem é aquele senhor de branco ao lado do Marcelo?

Em pouco mais de dois anos de mandato como Presidente da República, Marcelo já cumprimentou um Papa, um líder histórico, reis, rainhas, príncipes e princesas, um copríncipe episcopal e, claro, variadíssimos Presidentes da República e Primeiros-ministros.

O primeiro a receber o Presidente da República portuguesa foi o Papa Francisco. A prioridade foi definida pelo próprio Marcelo, logo que tomou posse. A primeira viagem oficial seria ao Vaticano e o primeiro chefe de Estado seria o Papa. Marcelo não faz por menos. Num raide de dois dias, foi a Roma, passou por Madrid e regressou a Lisboa. Para a caderneta, trouxe, de uma assentada, um papa e um rei.

Depois disso, foi só acumular milhas. Moçambique, Alemanha, França, Marrocos, Brasil, Suíça, Cuba e Reino Unido. Isabel II não podia escapar e, em novembro de 2016, o Presidente da República lá conseguiu uma audiência com Sua Majestade. O encontro não podia ter corrido melhor e Marcelo aproveitou para se confessar um fã de Isabel II, monarca que, quando visitou Lisboa, tinha o jovem Marcelo na fila da frente para a ver.

Vladimir Putin é o mais recente. O pretexto foi o Campeonato do Mundo de Futebol que decorre na Rússia. E, já se sabe, ir à Rússia e não ter um encontro com Vladimir Putin é o equivalente, para o comum dos mortais, de ir a Roma e não ver o Papa.

Make Portugal great again

Da volta ao mundo em 730 dias, os Estados Unidos já constaram três vezes do itinerário. Mas em nenhum desses encontros Marcelo esteve na Casa Branca. Nem com Barack Obama e muito menos com Donald Trump. O que não significa que Marcelo não tenha Obama na sua "caderneta". Em setembro de 2016, o Presidente da República aproveitou a Assembleia Geral das Nações Unidas para um encontro rápido com o casal Obama, num hotel em Nova Iorque.

Mas da longa lista, falta, claramente, fazer "check" em Donald Trump. Um "cromo" difícil de sair, até pela imprevisibilidade do atual Presidente da maior potência mundial. Marcelo imaginou encontrar-se com ele durante as celebrações do 10 de junho, quando atravessou o Atlântico para estar ao lado das comunidades portuguesas de Boston. Mas Trump trocou-lhe as voltas e preferiu estar com o líder da Coreia do Norte. Prioridades.

Marcelo Rebelo de Sousa não desistiu. Nem que, para isso, tenha que viajar para os Estados Unidos duas vezes no mesmo mês. Trump lá arranjou um buraquinho na agenda e o encontro na Sala Oval vai mesmo acontecer esta quarta-feira, dia 27 de junho.

A boa notícia é que ainda faltam três anos para o fim do primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. O que significa que ainda há muitos "cromos" por sair. E se Marcelo for ao segundo mandato, já dará para preencher uma segunda caderneta.