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Erdogan vence eleições e reforça poderes

Goran Tomasevic/Reuters

Recep Tayyip Erdogan conseguiu mais do que os 50% de votos necessários para ser eleito à primeira volta para um novo mandato presidencial na Turquia. Está a caminho um superpresidente.

A afluência às urnas chegou aos 87%. Cerca de 52% dos eleitores turcos escolheram Recep Tayyip Erdogan como presidente da Turquia, que ganha assim mais cinco anos de mandato, a juntar aos 15 anos em que está no poder.

No discurso em que declara vitória, Erdogan agradeceu aos cidadãos turcos.

"A Democracia é a verdadeira vencedora, o nosso país é o vencedor. Cada um dos nossos 81 milhões de cidadãos é um vencedor. Quero agradecer aos que foram às urnas hoje neste 'festival da Democracia', que teve a maior participação na história da nossa nação", declarou.

Erdogan prometeu combater organizações terroristas e aumentar o prestígio do país no contexto internacional.

O líder do principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo, criticou a forma como a contagem de votos foi feita, falou em manipulação de votos, mas acabou por reconhecer a derrota.

Segue-se agora uma dinâmica parlamentar também favorável ao presidente turco: o bloco pró-Erdogan tem 342 deputados e o bloco anti-presidente tem 258 deputados.

Para a aprovação de leis e orçamento, o presidente turco precisa de votos do próprio partido, o AKP, mas também tem de contar com o apoio do partido nacionalista turco. Uma vez que estes dois partidos fizeram parte da Aliança do Povo (coligação que deu a vitória a Erdogan), a oposição terá dificuldades em conseguir maiorias no parlamento.

Estas eleições vêm alterar o sistema político turco com a passagem de um sistema parlamentar para um regime presidencialista aprovado em referendo no ano passado.

Desaparece assim a figura do primeiro-ministro e o presidente passa a concentrar novos poderes extraordinários. Não tem controlo do parlamento, mas tem o poder de nomear e demitir juízes e ministros, pode emitir decretos com força de lei, declarar o estado de emergência e dissolver o Parlamento.

Os novo sistema pode ainda garantir a Erdogan um lugar na presidência até 2028, caso volte a recandidatar-se.