Política

Líder social-democrata sem legitimidade para representar a maioria, diz Menezes

Luís Filipe Menezes Lusa

Luís Filipe Menezes afirmou que, pela primeira vez, o PSD terá um líder sem legitimidade para representar uma maioria. O ainda líder social-democrata adiantou que quando assumiu funções encontrou um partido com inúmeros problemas.

Luís Filipe Menezes considerou, num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias desta sexta-feira, último dia de campanha para as eleições directas no PSD, que pela primeira vez o partido terá um líder sem legitimidade para representar uma maioria.

O ainda líder do PSD disse que quando foi eleito, com «considerável maioria absoluta», o partido estava «administrativamente desorganizado», mal preparado do ponto de vista técnico, financeiramente débil, «afastado da sociedade, sem iniciativa política e sem pensamento estratégico inteligível».

«Este estado pré-comatoso teve a sua génese na segunda metade do "cavaquismo" e aprofundou-se, progressivamente, ao longo da última década», acrescentou.

Menezes sublinhou que encontrou um partido «com sedes partidárias fechadas em todo o país e com uma máquina central de funcionários diligentes mas desmotivados», adiantando que o PSD estava «paralisado» e que foi com essa realidade que teve lidar e que pensou conseguir «transformar».

«Hoje há quem afirme que ninguém nos ouvia. No essencial concordo. Quem é que pode prestar atenção a uma ópera quando no ecrã ao lado Doze Indomáveis Patifes protagonizam uma infindável e ruidosa "coboiada"», questionou.

No final do artigo, Menezes considerou ainda uma «fragilidade insanável em democracia» o facto de, pela primeira vez em 30 anos, o PSD eleger um líder sem legitimidade para representar uma maioria qualificada de eleitores.