Tudo pode acontecer numa partida a eliminar. E neste caso, como noutros que sucederam antes no Europeu, a cabeça fria dos jogadores portugueses será decisiva.
O MOMENTO. Dizia Nelo Vingada na TSF, antes do desafio de Saransk, que apostaria em Quaresma para o jogo com o Irão, porque ele tem rasgos momentâneos que, num cenário destes - o corredor central seria sempre problemático com os iranianos -, poderiam abrir o caminho a nosso favor. Tinha razão.
Aquela trivela valeu o momento alto de Portugal em toda a partida. É que passou por ali a qualificação para os oitavos. Ou seja, passou por ali o mais importante de tudo.
SENTENÇA. Ele tem sido o responsável por solucionar os problemas da seleção quando as coisas "encalham". Desta vez, Cristiano Ronaldo teve nos pés a sentença do encontro, mas o penálti acabou nas mãos do guarda-redes iraniano.
Acontece, claro, mas todos temos a consciência de que, convertendo, a história do jogo acabaria ali. E Ronaldo melhor do que ninguém, pois foi a partir dessa altura que o Irão passou a acreditar no "impossível".
MELHOR. Na realidade, o único desafio desta fase em que Portugal jogou mal foi frente a Marrocos. Ironicamente, foi o único que ganhou.
Volto à minha premissa. Portugal tem uma ideia de jogo e só tem de aplicá-la em condições. Jogar bonito não significa necessariamente jogar bem. Seria preferível juntar as duas coisas, com certeza, mas acima de tudo é necessário defender uma coerência estratégica. E isso Fernando Santos já mostrou que sabe fazer.
A ELIMINAR. Confesso que estava dividido sobre o que seria melhor para Portugal nos oitavos de final. Hesitei sobre se valeria mais a pena defrontar uma equipa que joga em casa ou uma outra que tem Godín e Giménez lá atrás e Suarez e Cavani lá à frente.
Mas isso agora já não é questão. Está decidido. Uma coisa é certa : frente a equipas da chamada média-alta (ou muito alta, como foi a Espanha), a seleção parece sentir-se mais confortável a aplicar o seu conceito. Precisamente porque não é obrigada a "mandar" no jogo, mas sim a não perder a "gestão" do jogo.
Tudo pode acontecer numa partida a eliminar. E neste caso, como noutros que sucederam antes no Europeu, a cabeça fria dos jogadores portugueses será decisiva.