O ministro dos Negócios Estrangeiros adianta que as datas da ida do primeiro-ministro a Angola poderão ser acertadas ainda este mês, durante a visita do ministro angolano das Relações Exteriores.
Augusto Santos Silva disse, à saída de uma audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, que Angola e Portugal estão ainda a negociar as datas da visita de António Costa a território angolano, e não revelando se a visita vai ou não realizar-se até ao final do ano.
Esta quarta-feira, o presidente angolano, João Lourenço, garantiu, em Estrasburgo, que a visita oficial do primeiro-ministro português vai acontecer ainda em 2018, mas, pelo lado português, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) sublinhou que, depois de o processo do antigo vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, ter sido transferido para Angola, os dois países estão agora à procura de acertar as datas possíveis para a visita.
"Estamos na fase em que estamos a marcar datas. Há datas que interessam às autoridades angolanas em relação às quais o primeiro-ministro português pode ter outros compromissos internacionais, o mesmo se pode verificar reciprocamente", disse Augusto Santos Silva, que não deixou de salientar a importância da conclusão do processo de transferência do processo de Manuel Vicente: "As autoridades angolanas fizeram depender a passagem à fase da marcação em concreto da reunião da transferência do processo, que foi concluída no fim do mês de junho".
Perante os jornalistas, o ministro português dos Negócios Estrangeiros respondeu ainda às afirmações do presidente angolano, João Lourenço, que garantiu que a visita de António Costa a Angola não está dependente do processo de Manuel Vicente: "É a constatação de um facto elementar", disse, acrescentando que essa é uma "questão que não existe".
Visita de Rui Rio a Angola não incomoda Governo português. "A política externa não é uma corrida", diz o MNE
À saída da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Augusto Santos Silva foi ainda questionado sobre a visita de Rui Rio a Angola - uma visita na qual o líder do PSD esteve reunido com o presidente angolano, João Lourenço, e sobre a qual assinalou que estava "pensada há bastante tempo", ou seja, desde o início de liderança dos social-democratas.
Augusto Santos Silva considera que o Governo português nada tem que ver com o encontro e defende, inclusive, que - quando se trata de política externa - "se remarmos todos para o mesmo lado, o barco do interesse nacional anda mais depressa".
"Se as relações entre partidos ajudam a politica externa portuguesa - que tem a essa característica de ser uma política de continuidade e grade consenso nacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros só pode congratular-se", disse.
E acrescentou: "A política externa não é uma corrida para ver quem chega primeiro ao berlinde".