"A população recebe em festa os militares a quem damos treino", sublinha o general português que lidera missão europeia.
Os militares portugueses já ajudaram a formar mais de 2 mil soldados da República Centro-Africana numa missão de treino da União Europeia que dura há dois anos e que nos últimos seis meses foi liderada por Portugal.
No terreno a situação é bastante mais calma do que há poucos meses quando houve notícias de conflitos, mas mantém-se frágil, como explica à TSF o brigadeiro-general que lidera a força europeia.
Hermínio Maio detalha que "no resto do país continuam a existir zonas com problemas de segurança e incidentes graves entre grupos armados e de grupos armados com a população que é quem mais sofre... havendo aldeias com as casas completamente queimadas".
O brigadeiro-general que durante mais seis meses continuará a chefiar a missão de treino que reúne dez países europeus a pedido do governo da República Centro-Africana acrescenta que "a situação é muito frágil e a qualquer momento pode mudar", sendo que "nós fomos afetados com os conflitos que se conhecem em Bangui [a capital] em abril e maio apesar de termos sido capazes de nos adaptar e não houve um único dia em que não cumpríssemos a nossa missão".
Num total de cerca de 200 militares, há duas missões portuguesas neste país africano marcado pela guerra: uma das Nações Unidas para garantir a manutenção da paz; e outra da União Europeia de formação para repor as capacidades militares do governo da República Centro-Africana.
Na missão de formação o contingente português, com 45 militares, é o maior entre os dez países europeus envolvidos, tendo já ajudado a formar mais de 2 mil militares, além de mais de 200 antigos rebeldes.
O brigadeiro-general Hermínio Maio adianta que não é difícil formar os militares da República Centro Africana pois têm "consciência do estado do país, sobretudo na área da segurança e a população recebe de uma forma geral em festa os destacamentos a quem damos treino".
A liderança portuguesa da missão da União Europeia vai durar mais meio ano e as prioridades daqui para a frente são reforçar a capacidade de formação militar, alargando-a, também, ao treino da polícia da República Centro-Africana.