Saúde

Cannabis é a droga mais consumida na UE

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Um em cada cinco adultos europeus consumiu cannabis pelo menos uma vez, sendo que só em 2005 cerca de 29 por cento dos pedidos de tratamento estavam relacionados com o consumo desta droga ilícita, revela um estudo europeu.

Um em cada cinco adultos europeus já consumiu cannabis pelo menos uma vez, segundo um estudo que o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência divulga esta quinta-feira, Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas.

A mais ampla monografia científica sobre cannabis elaborada até agora revela que no último mês mais de 13 milhões de europeus usaram cannabis, uma droga associada a efeitos físicos e psicológicos adversos.

A nível mundial são produzidas anualmente mais de 50 mil toneladas de cannabis, uma realidade que levou nos últimos anos vários países a endurecerem as penalizações, como a Dinamarca e a Holanda, e outros a descriminalizarem o seu consumo, como Portugal.

«O público vê-se diariamente confrontado com uma torrente de informações sobre a cannabis - algumas delas bem fundamentadas, outras promocionais e, por vezes, enganadoras», disse o director do OEDT, Wolfgang Götz, no prefácio do relatório, destacando que a cannabis constitui um factor de grande controvérsia na Europa.

«Assiste-se a uma preocupação crescente aos níveis internacional e nacional», escrevem os especialistas, considerando que esta posição poderá dever-se, entre outros factores, «aos recentes relatórios sobre variedades mais fortes de cannabis herbácea e ao aumento dos pedidos de tratamento por consumo».

Segundo o estudo, em 2005, 29 por cento dos pedidos de tratamento estavam relacionados com o consumo deste estupefaciente e estima-se que «cerca de três milhões de europeus consomem cannabis diariamente, ou quase diariamente».

O relatório destaca que esta droga «é também geralmente consumida em conjunto com álcool e tabaco», o que dificulta a determinação dos efeitos a longo prazo, associado ao facto de os principais utilizadores serem «jovens saudáveis» e à escassez de estudos sobre consumidores mais velhos.

No entanto, os especialistas identificaram «alguns problemas para a saúde», como doenças respiratórias, bem como questões de saúde pública de âmbito mais vasto, como o papel que a substância desempenha nos acidentes rodoviários.