Política

BE quer que Governo termine imediatamente retenção de crianças no aeroporto

Coimbra, 12/06/2018 - Reportagem com o deputado José Manuel Pureza (BE) em contacto com o eleitorado. O deputado encontrou-se com agentes culturais na Escola da Noite. Artur Machado / Global Imagens

O deputado do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, diz que a prática do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras é "inconcebível".

O Bloco de Esquerda condenou hoje que crianças requerentes de asilo fiquem retidas no aeroporto de Lisboa contra recomendações da ONU e vai questionar o Governo sobre esta prática "inconcebível", esperando que o executivo se sinta pressionado a terminá-la imediatamente.

O jornal Público noticia hoje que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) mantém no aeroporto de Lisboa menores, filhos de requerentes de asilo, colocando Portugal a violar as regras internacionais sobre os direitos das crianças definidas pela ONU.


"Amanhã [segunda-feira] dará entrada no parlamento uma pergunta do BE ao Governo, designadamente ao Ministério da Administração Interna, para o confrontar com a necessidade de alterar radicalmente este comportamento e com as suas obrigações internacionais, porque o Estado português é Estado parte na convenção dos direitos da criança e portanto ou leva a sério essa circunstância ou, se não leva, a situação é grave", condenou o deputado do BE José Manuel Pureza, em declarações à agência Lusa.

Para o deputado do BE esta prática "é absolutamente inconcebível em qualquer país, em qualquer momento e em qualquer lugar", esperando que com a pergunta bloquista" o Governo se sinta pressionado para dar indicações ao SEF para que esta prática termine imediatamente".

"Ainda recentemente o país mobilizou-se - e bem - para criticar a prática da administração norte-americana de separação forçada de crianças das suas famílias na fronteira entre os EUA e o México. O problema é que é tão criticável separar à força crianças das suas famílias nos Estados Unidos como é criticável juntar crianças às suas famílias para que elas fiquem detidas", comparou.