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"O céu está coberto de fumo negro. Espera-se mais um dia de más notícias"

EPA/ALEXANDROS VLACHOS

Corpos em carros carbonizados, localidades que desapareceram completamente do mapa. Gregos descrevem uma tragédia que pode estar longe de terminar.

Kostas Gialitakis, jornalista grego, descreve à TSF um cenário de "pesadelo sem fim" na Grécia, onde os incêndios já provocaram dezenas de mortos e mais de cem feridos.

"O céu está literalmente coberto de fumo negro, o cheiro de fogo domina em todo o lugar e o país espera mais um dia de más notícias", lamenta.

"Bombeiros, forças armadas e voluntários combatem um inimigo terrível e contra o tempo", trabalho dificultado pelos ventos fortes.

Maria da Piedade, portuguesa que reside em Atenas, traça um paralelo entre esta tragédia na Grécia e o que aconteceu no ano passado em Pedrógão Grande.

Algumas localidades foram completamente dizimadas, conta. É o caso de Mati. A pequena aldeia a cerca de 30 quilómetros a leste de Atenas, junto à costa, foi uma das mais afetadas pelas chamas.

Uma mulher de Mati, ouvida pela televisão grega Skai TV, descreve um cenário de morte, com corpos e carros queimados. "Mait já não existe, tenho sorte de estar viva."

Muitas das vitimas foram apanhadas em casa ou nos carros quando tentavam fugir à fúria das chamas, atiçadas por um vento que soprava a 80 kms/h. Por volta da meia-noite, foram descobertos quatro corpos, completamente carbonizados, dentro de um carro e em cima de uma mota, junto ao porto de Mati.

O pânico levou também muitas pessoas a fugirem para a praia e para o mar, tendo sido resgatadas por barcos de pesca, iates e navios que estavam ao largo da costa. Outras acabaram por morrer afogadas no mar Egeu.

Este é o pior incêndio na Grécia nos últimos 10 anos. Em 2007, mais de 60 pessoas morreram em fogos na península do Peloponeso, a mesma região agora atingida pelo fogo.

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