Enquanto o CDS-PP acusou Sócrates de, na entrevista que deu esta quarta-feira, ironizar ao dizer que o país está melhor, o PCP e o BE consideraram que o primeiro-ministro resolveu responsabilizar a crise internacional por todos os problemas do país. Já o PSD tratou de responder ao desafio de Sócrates.
O deputado do CDS-PP Nuno Melo afirmou, esta quarta-feira, que José Sócrates só podia «estar a brincar» quando disse que o país está melhor do que antes durante a grande entrevista que deu à RTP.
«A afirmação do primeiro-ministro de que hoje estamos melhor do que antes é no mínimo ridícula, porque todos os portugueses sabem que hoje pagamos mais impostos, temos mais desemprego, as famílias estão mais endividadas», disse à TSF, apontando ainda outros problemas que considera que o país enfrenta.
Também em declarações à TSF, o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, considerou que, na entrevista desta quarta-feira, José Sócrates «revelou-se excessivamente resignado perante a dimensão da crise económica e social que o país atravessa».
Para o primeiro-ministro, o aumento do desemprego, a taxa de inflação crescente, a subida das taxas de juro, entre outros problemas, «tudo é responsabilidade da crise internacional e do aumento do preço dos combustíveis e dos bens alimentares».
Na opinião do bloquista, durante toda a entrevista «não houve uma palavra que explicasse as medidas concretas no sentido de controlar» as dificuldades que o país enfrenta.
Para Jorge Pires, do PCP, a entrevista mostrou um primeiro-ministro «claramente mais fragilizado», a procurar «desresponsabilizar o Governo da dramática situação em que o pais se encontra» e a pedir aos portugueses «mais sacrifícios por causa da situação internacional».
Também na opinião do comunista, o chefe do Governo culpou «apenas e só a crise internacional», desresponsabilizando as políticas internas.
Por seu lado, o social-democrata José Aguiar Branco respondeu ao desafio de José Sócrates para o PSD indicar quais os investimentos públicos que dispensava, afirmando que o partido só poderá responder quando o Governo apresentar «o montante do encargo» desses investimentos nas contas públicas.