O especialista em Direito desportivo José Manuel Meirim considerou, este sábado, ser fundamental perceber o «momento» e a «forma» da suspensão do presidente do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para clarificar o caso.
Em causa está a instauração de um processo disciplinar a António Gonçalves Pereira quando o órgão de justiça federativo se preparava para decidir na sexta-feira os recursos de Boavista e de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, no âmbito do processo Apito Final.
«É fundamental perceber em que momento e de que forma os outros (conselheiros) acedem à presidência da reunião», explicou José Manuel Meirim, considerando, todavia, que é importante ter em linha de conta que o CJ tem competência para abrir processo ao seu presidente e suspendê-lo preventivamente, o que aconteceu.
«Se os tribunais vierem a decidir que, de facto, a reunião do CJ terminou regularmente às 18:00, já haverá alguma dificuldade em sustentar-se a validade dessa segunda reunião», sublinhou.
Por seu lado, o conselheiro João Abreu acusoue o presidente do CJ da FP de coagir os membros do órgão para «obter uma tese favorável ao FC Porto e Boavista».
Em declarações à Agência Lusa, João Abreu sustentou que Gonçalves Pereira «teve uma actuação insistente e prepotente, tanto para os conselheiros como para os funcionários da FPF», «desvirtuou o espírito colegial» do CJ e «denegou os princípios da ética».