O líder de oposição de Zimbabué, Morgan Tsvangirai, negou que o seu partido tenha iniciado negociações substanciais com o presidente Robert Mugabe, num encontro entre representantes das duas partes, esta quinta-feira, na África do Sul.
No encontro, os representantes do Movimento para a Mudança Democrática apenas apresentaram condições para que as negociações entre os dois partidos pudessem ocorrer, incluindo o fim da violência contra a oposição no Zimbabué, acrescentou.
Há dez dias, «eu e o meu partido declaramos categoricamente que não existem negociações entre nós» e o partido de Mugabe e agora «isso não mudou», disse Tsvangirai.
Segundo uma fonte da oposição, citada pela agência Reuters, os primeiros contactos serviram para discutir formas de pôr fim à violência e ao clima de intimidação que se vive no Zimbabwe.
«Não se trata ainda de um verdadeiro diálogo, mas de discussões preliminares para discutir aquilo que estará em cima da mesa nas negociações», afirmou uma fonte da oposição, acrescentando que, com base nas garantias que forem dadas pelo regime, o MDC «decide se entra em pleno nas negociações».
Representantes do presidente Robert Mugabe e da oposição no Zimbabué reuniram-se, na África do Sul, pela primeira vez desde a reeleição de Mugabe, para negociações preliminares com vista a criar condições para uma resolução da crise política no país.
A realização do encontro, mantido em segredo até esta quinta-feira, foi o primeiro entre os dois partidos desde a segunda volta das eleições presidenciais.
O escrutínio, realizado no passado dia 27, foi considerado ilegítimo pela generalidade dos observadores eleitorais e os países ocidentais anunciaram que não vão reconhecer a reeleição de Mugabe.