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Ex-presidente de partido cristão usou dinheiro público para sexo

Vítor Nósseis © Direitos Reservados

Vítor Nósseis, um dos fundadores do conservador Partido Social Cristão, é apanhado em gravação a confirmar pagamento a prostitutas. "Mas recuperei-as para a vida", diz em jeito de justificação.

No Brasil, os partidos têm direito a um fundo partidário, com dinheiro público, para os ajudar a pagar contas, fazer campanhas e outras despesas. Normalmente, esse dinheiro acaba por ser gerido por uma fundação que leva o nome de algum dirigente histórico do partido. E assim a Fundação Instituto Pedro Aleixo (FIPA), propriedade do Partido Social Cristão (PSC), um dos mais à direita do parlamento brasileiro, entrou de rompante no noticiário do Brasil.

Vítor Nósseis, ex-presidente e fundador do PSC, está a ser investigado pelo ministério público de Minas Gerais após ter sido gravado em conversas telefónicas com correligionários a admitir que usou dinheiro da FIPA para pagar a prostitutas. "Eu dei dinheiro para comer putas? Dei mesmo e comi", diz Nósseis no áudio. Noutro trecho justifica o investimento: "Elas entretanto formaram-se, recuperei todas para a vida".

O ex-presidente atribuiu ao atual presidente, o Pastor Everaldo, que é entretanto destacado elemento da igreja evangélica Assembleia de Deus, a origem da gravação "anónima e clandestina".

O PSC é um dos partidos mais conservadores nos costumes do Brasil e onde militou, até ao ano passado, o candidato presidencial de extrema-direita Jair Bolsonaro, e pilar da Bancada da Bíblia, grupo de deputados religiosos que se une em torno de agendas comuns no Congresso Nacional.

O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.