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Rússia ataca EUA e Reino Unido por causa de veto a sanções contra Zimbabué

Zimbabué

A Rússia atacou o Reino Unido e os EUA por causa das reacções destes países ao veto russo e chinês contra as sanções ao Zimbabué. Os russos dizem mesmo que as ideias detes países vão contra o acordado na cimeira do G8 de Tokayo.

A Rússia considerou «inaceitáveis» as reacções de norte-americanos e britânicos por causa do veto de Moscovo às sanções contra o Zimbabué, veto que teve também a concordância da China.

O porta-voz da diplomacia russa atacou declarações de responsáveis dos EUA e do Reino Unido que consideraram que o voto russo «traía os acordos sobre o Zimbabué alcançados na cimeira do G8 em Tokayo e que isso colocava dúvidas sobre a fiabilidade da Rússia como parceiro no seio do G8».

Andrei Nesterenko explicou que a declaração comum do G8 sobre o Zimbabué não evocava «qualquer recurso a esta altura ao Conselho de Segurança da ONU» e disse mesmo que o projecto norte-americano ia mesmo contra o acordado em Tokayo.

Estas declarações surgiram na sequência da ameaça do Reino Unido em recorrer ao Conselho de Segurança da ONU em caso de ausência de progressos em matéria de Direitos Humanos no Zimbabué.

O porta-voz do primeiro-ministro britânico mostrou-se decepcionado com os vetos de russos e chineses, admitindo que não era este o «resultado procurado», mas lembrou que existem «outras opções».

O porta-voz de Gordon Brown lembrou que o pedido do chefe do governo britânico para o emissário da ONU envie o seu emissário ao Zimbabué urgentemente e as conversações com os parceiros da União Europeia sobre a questão são outras opções.

Antes, a China tinha explicado que mais sanções contra o regime de Robert Mugabe iriam «complicar» e não facilitar a situação neste país africano.

Num comunicado, o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Liu Jianchao, recordou que as sanções apoiadas pelos países ocidentais não iriam «encorajar as várias facções a começar o diálogo político e negociações e a obter resultados».

Os países ocidentais pretendiam impor um embargo de armas ao Zimbabué e colocar restrições financeiras e de viagens ao presidente Mugabe bem como a outros 13 oficiais ligados ao regime zimbabueano.