Os pais de Madeleine McCann ficaram aliviados com o facto de deixarem de ser arguidos no caso do desaparecimento da filha, mas prometeram continuar a procurá-la, esperando o apoio das autoridades portuguesas para tal. Robert Murat também se mostrou aliviado.
O porta-voz do casal McCann reconheceu, esta segunda-feira, que Kate e Gerry estão aliviados com a decisão do Ministério Público de arquivar o caso do desaparecimento de Madeleine, levantando assim a condição de arguidos dos pais.
«Esta era a decisão que se impunha. Eles nunca deveriam ter sido constituídos arguidos, porque não existiam provas para os implicar no desaparecimento da filha», disse, em declarações à televisão inglesa Sky News.
Clarence Mitchell adiantou que os dois receberam bem a notícia do arquivamento do processo, acrescentando que «tudo isto não passou de uma manobra de diversão desde Setembro».
«O mais importante é reunir todos os esforços para encontrar Madeleine» e «esperamos que as autoridades portuguesas continuem a cooperar connosco para a encontrar», acrescentando, frisando que o casal aceitou a arquivamento do processo, mas espera que a policia portuguesa permita o acesso ao caso para que a «investigação privada continue»
Por seu lado, Carlos Pinto de Abreu, um dos advogados do casal, não quis comentar a decisão, afirmando que o fim do inquérito não é a solução para o caso e adiantando esperar agora o levantamento do segredo de justiça.
«Os pais continuam a aguardar não apenas a decisão, mas sobretudo o conhecimento das diligências que foram efectuadas para que possam sugerir novas diligências ou, através da investigação noutros países ou privada, procurar Madeleine», acrescentou.
Já o advogado de Robert Murat, que também tinha sido constituído arguido neste caso, confessou algum «alívio» com o desfecho.
Murat «encontra-se bastante feliz por deixar de ser arguido e de estar sujeito ao termo de identidade e residência», acrescentou, frisando que o seu cliente pondera agora processar os jornais portugueses pela forma como foi tratado em todo este processo.
Ouvido pela TSF, um antigo investigador da PJ, que não encara o arquivamento do processo como um falhanço, admitiu «algum descontrole na fase inicial», altura em que «muita gente se intrometeu» no caso.
«Não quer dizer que os investigadores tenham sido pressionados, mas a verdade é que quando há muita gente a mexer na mesma coisa, desequilibra a equipa que está a investigar», acrescentou João de Sousa.