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Brasil vai distribuir quase 300 venezuelanos por vários Estados do país

REUTERS/Nacho Doce

Pessoas transferidas vão ver a sua situação regularizada no país e têm direito a exames médicos e vacinação.

Duzentos e setenta e oito venezuelanos vão ser transferidos do Estado fronteiriço de Roraima, norte do Brasil, para seis cidades brasileiras como parte do processo de "interiorização" criado pelo Governo para atender os migrantes provenientes da Venezuela.

A transferência dos 278 venezuelanos começa nesta terça-feira, quando um grupo de 189 pessoas viajará de Boa Vista, capital de Roraima, para as cidades de Manaus, João Pessoa e São Paulo, capitais dos Estados do Amazonas, Paraíba e São Paulo, respetivamente.

Na próxima quinta-feira, um segundo grupo de 89 pessoas será transferido para os Estados do Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal (Brasília).

De acordo com informações divulgadas pelo Governo do Brasil e pela representação da ONU todos os venezuelanos transferidos aceitaram voluntariamente a oportunidade de se mudarem para outros Estados.

A medida garante aos requerentes de refúgio ou residência a regularização no Brasil, além de exames médicos e vacinação.

Nos abrigos aonde chegarem, eles também terão acesso à saúde, educação infantil, ensino da língua portuguesa e capacitação profissional.

Nos últimos meses, o Governo brasileiro transferiu 800 venezuelanos que entraram no país pelo Estado fronteiriço de Roraima para outras regiões.

No entanto, as transferências não conseguiram aplacar a tensão causada pela onda migratória, que culminou em um ataque violento em agosto promovido por brasileiros contra um acampamento de migrantes venezuelanos na cidade de Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela.

Nos últimos dois anos cerca de 56 mil venezuelanos fugiram de seu país para o Brasil, de acordo com dados do Governo e a maioria está ainda em Roraima, um dos Estados mais pobres do país.

O processo de transferência dos imigrantes venezuelanos conta com o apoio do Alto Comissariados da ONU para os Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional das Migrações (OIM), o Fundo da ONU para a População (UNFPA, na sigla em inglês) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).