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França vai propor nova resolução à ONU sobre conflito no Cáucaso

Conselho de Segurança da ONU Epa

A França vai apresentar um novo projecto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito no Cáucaso. Entretanto, Moscovo fez saber que não promete respeitar a integridade territorial da Geórgia.

A França vai apresentar um novo projecto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito no Cáucaso, incluindo o plano de paz aceite pela Rússia e pela Geórgia, disse o embaixador da Bélgica na ONU.

Jan Grauls, que preside ao Conselho este mês, indicou aos jornalistas quarta-feira que a delegação francesa está a realizar discussões bilaterais com outros membros do Conselho de Segurança para modificar o texto que propôs segunda-feira e que apelava a uma trégua imediata e ao respeito pela integridade territorial da Geórgia.

O actual presidente do Conselho de Segurança acrescentou que o documento necessitava de ser emendado para incluir o plano de paz do presidente francês Nicolas Sarkozy, que preside à União Europeia, para acabar com as hostilidades entre a Geórgia e na Rússia.

«Trata-se de uma evolução muito positiva, porque isso indica que a lógica militar que prevaleceu até final da semana deu agora lugar a uma lógica política, uma lógica diplomática», opinou Grauls, congratulou-se ainda com o «bom e firme» comunicado do secretário-geral da ONU.
    
O plano Sarkozy prevê que as partes russas e georgiana «se comprometam a não recorrer à força», «a cessar a hostilidades de forma significativa», a assegurar um «acesso livre à ajuda humanitária», que as forças georgianas regressem ao seu «lugar habitual de acantonamento», enquanto que o exército russo deve recuar para «as linhas anteriores ao inicio das hostilidades».
 
Entretanto, a presidência francesa assegurou ter recebido garantias do presidente russo, Dmitri Medvedev, de que Moscovo vai respeitar os compromissos assumidos no acordo de paz.

Num comunicado, o gabinete de Nicolas Sarkosy revelou que os dois presidentes falaram longamente por telefone e que para Paris fica assim afastado o regresso às hostilidades na região do Cáucaso.

Por seu lado, também em comunicado, o presidente russo confirmou ter mantido essa conversa telefónica, mas contou que instigou o presidente Sarkosy a convencer os georgianos a respeitar as regiões separatistas sem as atacar, numa alusão à Ossétia do Sul.

O comunicado surgiu horas depois de uma entrevista do vice-primeiro-ministro russo à cadeia britânica BBC em que é particularmente duro nas críticas à Geórgia, não prometendo que a Rússia venha a respeitar a integridade territorial daquele país.

Serguei Ivanov anunciou ainda que Moscovo aceita conversações com a União Europeia, mas põe de parte a hipótese de diálogo com o presidente georgiano.