Economia

Estado injeta mais 32 milhões de euros na CP

Braga, 05/02/2018 - Catarina Pinto, funcionária da CP, viu-se obrigada a dormir na Estação de Comboios de Braga devido a ausência de transporte no final do seu turno de trabalho no Bar do comboio Intercidades. Após 5 anos de trabalho na CP, viu-se forçada a dar seguimento a um processo em tribunal que visava a sua manutenção na empresa após o seu despedimento, para assim integrar nos quadros da empresa. ( Gonçalo Delgado / Global Imagens ) Gonçalo Delgado / Global Imagens

O aumento do capital acontece no dia em que a CP e a espanhola Renfe assinaram um protocolo para que a empresa portuguesa possa alugar comboios a Espanha.

O Estado aumentou em 32 milhões de euros o capital na CP, que passou a ser 3,9 mil milhões de euros, comunicou esta segunda-feira a transportadora ferroviária pública à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O aumento do capital estatutário é comunicado no dia em que a CP e a congénere espanhola Renfe assinaram em Madrid um protocolo de cooperação que permitirá à empresa ferroviária portuguesa alugar em 2019 quatro comboios a gasóleo e uma primeira composição elétrica.

O aluguer de comboios pela CP visa suprir necessidades enquanto é aguardado o concurso para a compra de mais composições.

Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a gasóleo, pois cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por eletrificar.

As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

O presidente da CP, Carlos Gomes Nogueira, é ouvido na terça-feira no parlamento sobre a "degradação do material e do serviço prestado", numa audição pedida pelo PSD.

Na quinta-feira é a vez de o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estar na comissão permanente para debater a situação da ferrovia.