França e Estados Unidos pressionaram, esta sexta-feira, a Rússia a assinar o plano de paz para a Ossétia já subscrito pela Geórgia, cujo presidente lançou entretanto um duro ataque a Moscovo, que acusa de «genocídio» na região.
As forças russas «são os bárbaros do século XXI. Estamos a lidar com aqueles que desprezam tudo o que é humano, tudo o que é belo, tudo o que é moderno, tudo o que é europeu», afirmou hoje o Presidente Mikhail Saakachvili, pró-ocidental, que se referiu à Rússia como «o mal».
A declaração, proferida antes de a secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice abandonar o país, terminou com o Presidente georgiano a pedir desculpa aos presentes pela sua «emotividade».
No terreno, as agências estrangeiras dão conta do avanço das tropas russas pelo território da Geórgia.
Hoje, uma caravana militar composta por 17 blindados de transporte de tropas e cerca de 200 soldados, penetrou até cerca de 45 quilómetros da capital, Tbilisi, onde se encontrava Condoleezza Rice para a assinatura pela Geórgia do plano de paz patrocinado pela França.
O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, manteve hoje um contacto telefónico com o seu homólogo russo, Dimitri Medvedev, para avaliar «questões pendentes» acerca da assinatura pela Rússia do plano de paz, documento conhecido por Sarkozy-Medvedev.
Antes de abandonar a capital georgiana, Rice afirmou esperar a assinatura «imediata» do documento por Moscovo.
Entretanto, em Tblissi, aterraram mais dois aviões norte-americanos de transporte militar, com ajuda humanitária destinada às vítimas do conflito armado na Geórgia.