Desporto

Presidente do primeiro clube de Jovane Cabral lamenta a escolha do atleta

Carlos Costa/Global Imagens

Na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, o antigo treinador do jogador do Sporting lamenta a decisão do jogador, que abdicou de jogar pela seleção africana. Deve agora esperar pela naturalização para representar Portugal, onde chegou há quatro anos.

O presidente do primeiro clube em Cabo Verde de Jovane Cabral lamenta que o jogador do Sporting tenha escolhido representar a seleção portuguesa, mas admite que o jogador tem o direito de escolher a solução que entende melhor para a carreira.

"Tenho a certeza que com Jovane o impacto da nossa seleção teria outras proporções. Eu respeito a vontade dele, e o Jovane se sentir bem com ele mesmo e com a decisão, então está tudo bem", sugere Manuel Lomba, sobre o interesse já tornado público do jogador em representar as cores da seleção portuguesa nacional.

Jovane Cabral chegou a Portugal na temporada 2014/2015, para representar os juvenis do Sporting. Para trás deixava a Ilha de Santiago, e a região onde nasceu, Santa Catarina. Foi por lá que se estreou no futebol, com apenas oito anos, conta Manuel Lomba.

Hoje presidente do Grémio Desportivo de Nhagar, "Manu" Lomba era treinador e coordenador da formação do clube há alguns anos quando Jovane Cabral entrou para a escola de futebol local. "Em 2007/08 era um menino, mas desde logo mostrou uma disposição fora do normal para o futebol, e uma vontade incrível". Um talento, lembra Manuel Lomba, que encarava os jogos e adversários de forma destemida. "Um trato de bola pela forma como brincava com ela, muito diferente dos outros meninos. Um talento que nos dizia que um dia seria um grande jogador".

Jovane Cabral trocou depois do azul das camisolas do Nhagar pelo verde do Sporting. Foi o pai do jogador, conta Manuel Lomba, que tomou a decisão de o levar para Portugal. Uma viagem que tinha como destino períodos de teste em vários clubes nacionais, em busca de uma oportunidade.

"Foi o Jovane que depois nos contou que ia ficar nas escolas do Sporting", recorda Manuel Lomba. Uma notícia recebida com agrado em Santiago. "Acho que nós ficamos mais satisfeitos do que ele próprio", lembra com um sorriso o antigo treinador de Jovane.

Agora, Manuel Lomba lamenta que o jovem extremo tenha optado por renunciar à seleção cabo-verdiana. Mas entende a decisão, e deseja boa sorte ao atleta.

Jovane Cabral não se apresentou este domingo ao serviço da seleção de Cabo Verde. O jovem extremo, tinha ordens para se apresentar no Jamor para o primeiro treino do estágio da equipa do técnico Rui Águas, mas não apareceu. "Não apareceu e não deu nenhuma explicação", resumiu horas depois o treinador português à agência Inforpress.

Mais tarde, a Federação Cabo-verdiana de Futebol publicou um comunicado em que anuncia que o caso foi entregue ao departamento jurídico. Jovane Cabral já tinha jogado por Cabo Verde num jogo amigável, o que não o impede de jogar por Portugal, segundo os regulamentos da FIFA. A agência que representa o jogador também já anunciou que a intenção do atleta é jogar por Portugal, e que o processo de naturalização vai ficar completo até final do mês de setembro, em declarações ao jornal O Jogo.