Depois de ter falhado a medalha de bronze na classe Lazer, o velejador português Gustavo Lima anunciou que vai pôr fim à carreira. No entanto, o chefe da equipa de vela portuguesa nos Jogos Olímpicos, Luís Rocha, acredita que essa não é uma decisão definitiva.
O velejador Gustavo Lima demonstrou-se cansado das condições com que se debate para competir e afirmou que vai abandonar a carreira.
«Neste momento já tomei esta decisão. Não recebemos nada dos clubes, estamos completamente dependentes das bolsas olímpicas», afirmou em declarações à RDP.
Gustavo Lima realçou ainda a grande quantidade de horas diárias a que se dedicou durante os últimos treze anos para conseguir bons resultados, considerando o resultado de hoje «injusto».
«Desgastei-me física e psicologicamente, dediquei-me ao meu país e os resultados financeiros que vemos são insuficientes para compensar o nosso esforço. Para não ouvir frases como ‘os portugueses não vão ganhar nada nos Jogos Olímpicos e andam a gastar o dinheiro dos contribuintes’ prefiro sair fora de consciência tranquila», assegurou.
O chefe da equipa da vela portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim, Luís Rocha, pensa que ultrapassado o desalento de ter estado tão perto do pódio sem o conseguir, Gustavo Lima vai reconsiderar a decisão de abandonar a modalidade.
«É natural que exista um sentimento profundo de tristeza no momento em que se ambiciona um resultado melhor e não se consegue. Entendo esta declaração do Gustavo como um desabafo e espero que depois do regresso à calma seja analisada a situação de outra maneira», afirma o chefe da equipa em declarações à TSF.
Luís Rocha sublinha ainda que o quarto lugar alcançado esta terça-feira por Gustavo Lima não pode ser visto como um resultado negativo, muito pelo contrário, há muito que a vela portuguesa não tinha um desempenho tão meritório.