O presidente do Comité Olímpico de Portugal considerou que este é o momento certo para a sua saída do cargo. Vicente Moura diz que sai de consciência tranquila e que agora já será difícil concretizar o objectivo das quatrio medalhas.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, considerou, esta terça-feira, que este é o momento certo para sair do cargo que ocupa e «dar o lugar a outras pessoas».
«Não sei se é preciso uma lufada de ar fresco. Estou é cansado. Fiz o que podia fazer. Sinto-me de consciência tranquila e agora quando chegar a Portugal vou de férias e vou preparar as eleições e entrego às federações o futuro do Comité Olímpico», explicou.
Vicente Moura admitiu ainda que já será complicado cumprir o objectivo de quatro medalhas portuguesas nos Jogos Olímpicos, depois do afastamento de Naide Gomes no salto em comprimento e do quarto lugar de Gustavo Lima na vela, classe Laser.
«Quando apresentei o plano ao Governo e pedi um determinado apoio financeiro dizia que se esse apoio financeiro fosse dado perseguiríamos os objectivos de três/quatro medalhas e 60 pontos. Parece que vai ser difícil cumprir esses objectivos», explicou.
O presidente do COP, que se mostrou disponível para assumir as responsabilidades, disse estar «desapontado» com a prestação dos atletas lusos, pois tinha perspectivado «prestações um pouco superiores».
«Sabemos que as medalhas são sempre um pouco contingentes. Para além disso, estávamos também à espera, e daí também a previsão de 60 pontos, que houvesse uma elevação do nível qualitativo ao nível horizontal», adiantou.
Vicente Moura recordou que Portugal somou 43 pontos nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e que lhe pareceu que com mais duas modalidades e mais atletas, seria possível chegar aos 60 pontos.
«Aquilo que fizemos nunca se fez em cem anos de desporto em Portugal. Isso é que fica na história. Não me queixo de ninguém nem de nada. Queixo-me apenas de que aqui faltou uma ponta de sorte», concluiu.