Os refugiados e a a minoria rohingya encabeçam as preocupações da nova Alta Comissária da Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) vai enviar equipas para a Austrália e Itália com o objetivo de proteger os refugiados que chegam aos dois países.
O anúncio foi feito pela nova Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que apresentou esta segunda-feira um primeiro manifesto de intenções no discurso de estreia perante o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Michelle Bachelet mostrou-se preocupada com a situação dos migrantes na Europa e com o discurso xenófobo na Alemanha, assim como a situação das cerca de 500 crianças que foram retiradas aos pais nos Estados Unidos.
"As pessoas sempre se deslocaram, à procura de esperança e oportunidades. Construir muros, projetar de forma deliberada medo e raiva contra as comunidades migrantes, negar-lhes direitos fundamentais rejeitando o direito de recurso, separar e deter famílias, cortar nos programas de integração - este tipo de politica não oferece soluções de longo prazo a ninguém."
A nova Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos defendeu ainda a criação "de um mecanismo internacional independente para Myanmar, para recolher, consolidar, conservar e analisar provas dos crimes internacionais mais graves" contra a minoria rohingya.
O objetivo é "acelerar julgamentos justos e independentes em tribunais nacionais e internacionais" por crimes que incluem homicídio e tortura.
À China, Michelle Bachelet pediu que autorize a entrada de peritos da ONU na província de Xinjiang, onde há relatos de ataques contra a minoria uighur e ao Iémen apelou à detenção dos responsáveis pelos ataques aéreos, incluindo o que no mês passado matou 40 crianças que seguiam no autocarro escolar.