Miguel Guimarães considera que o Governo precisa de enviar "sinais" de que quer resolver os problemas.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) alertou esta segunda-feira que demissões como as que aconteceram no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho (CHVNG/E) podem repetir-se noutros hospitais do país. É um aviso de Miguel Guimarães, que revela ainda que o diretor clínico e os 51 chefes de equipa que apresentaram a demissão do CHVNG/E abandonam as suas funções em outubro, isto se até lá, o Governo não der sinais positivos.
Sinais esses que o bastonário da OM acredita que vão chegar, isto porque o primeiro-ministro é um homem com "bom senso", pelo que acredita que o Governo chegue a "um entendimento e dê um sinal positivo no novo Orçamento de Estado".
Miguel Guimarães lembra que é preciso, pelo menos, "reforçar algumas das infraestruturas do hospital de Gaia" e garante que "se algumas das reivindicações forem concretizadas, é evidente que continuarão a exercer a suas funções de diretores nos locais em que estão".
Na senda dos sinais positivos, Miguel Guimarães adianta que um deles seria substituir o presidente do Conselho de Administração do hospital, e outro seria que algumas das obras necessárias ficassem no Orçamento de Estado do próximo ano. Caso não se verifiquem estes cenários, o bastonário alerta que podem acontecer mais demissões noutros hospitais.
"Tenho queixas de vários hospitais e tento sempre resolver as situações sem que se tornem públicas", começa por explicar. "Amadora-Sintra, São José, Maternidade Alfredo da Costa, Vila Nova de Gaia, Viseu, Matosinhos, Faro... são pessoas que levam isto até ao limite e só depois de esgotadas todas as possibilidades é que têm a coragem de avançar para este tipo de situação", explica Miguel Guimarães, que admite que as direções destes hospitais "podem vir a apresentar a demissão".
Na hora de indicar alguns passos, Miguel Guimarães desafia o primeiro-ministro e o ministro da Saúde a "visitar os hospitais" e a "falar com as pessoas".
"Não é falar com a administração, que vai dizer que está tudo bem, como é costume", relembra o bastonário, explicando que "os profissionais também precisam de perceber que o Governo está interessado em resolver aos problemas, vai ao local e fala com as pessoas".
"Era uma atitude que ficava bem", reitera.