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Ativista do grupo Pussy Riot foi envenenado, dizem médicos

Member of Russia's anti-Kremlin Voina art group Pyotr Verzilov attends a funeral ceremony for Alexander Rastorguyev, one of three Russian TV journalists killed in Central African Republic, in Moscow, Russia August 7, 2018. Picture taken August 7, 2018. REUTERS/Maxim Shemetov Maxim Shemetov/Reuters

Pyotr Verzilov está internando num hospital em Berlim. Já não corre risco de vida mas continua nos cuuidados intensivos.

O ativista anti-Kremlin Pyotr Verzilov, membro do grupo russo Pussy Riot, terá sido envenenado com uma substância que afetou o seu sistema nervoso.

Pyotr Verzilov foi hospitalizado na semana passada, depois de ter perdido temporariamente a visão, a fala, a audição e a capacidade de andar.

Inicialmente internado nos cuidados intensivos de hospital de Moscovo, o ativista foi transferido para um hospital alemão no sábado e está a recuperar.

"Há uma grande probabilidade de ele ter sido envenenado", disse Kai-Uwe Eckardt, médico no hospital Charit, em Berlim, acrescentando que não há outra explicação possível para os sintomas que apresenta.

Seis dias depois da ingestão, a dificuldade está em identificar a substância neurotóxica utilizada. Pode tratar-se de um químico, medicamento ou matéria de origem natural.

Apesar de já não correr risco de vida, Pyotr Verzilov ainda está nos cuidados intensivos.

O ativista Pyotr Verzilov, que tem dupla nacionalidade, russa e canadiana, foi o porta-voz das Pussy Riot, durante um polémico julgamento, em 2012.

O ativista foi ainda um dos membros do grupo que invadiram o relvado, disfarçados de agentes da polícia, durante a final do Campeonato do Mundo de Futebol, em Moscovo, a 15 de julho.

A ação foi uma forma de protesto contra a violência exercida pela polícia russa, após as denúncias de torturas durante interrogatórios e dentro das prisões do país.

Verzilov, Nikulshina e duas outras ativistas foram detidas e passaram mais de duas semanas na prisão por terem perturbado a final do Mundial, disputada entre a França e a Croácia.

Carolina Rico