Política

Carlos César exige que Governo "tire conclusões" e apure responsabilidades militares

REUTERS/Rafael Marchante

Luís Montenegro diz que ministro da Defesa e o Chefe do Estado-maior do Exército pareciam andar a "apanhar bonés" no caso de Tancos. O que podia o ministro fazer, questiona Carlos César, vigiar ele mesmo os paióis?

Carlos César defende que terminada a investigação ao furto de armas de Tancos o Governo deve apurar responsabilidades militares.

No programa da TSF "Almoços Grátis", Carlos César diz que foi dada "prioridade à investigação judicial do caso" mas nota que "todos os processos têm uma responsabilização no seu termo".

"Findo este processo não pode deixar de tirar conclusões sobre algo que deve ser feito no sentido de acentuar as responsabilidades sobre aqueles que, de forma pouco eficiente, asseguraram a segurança daquelas instalações."

"Não havia muito mais a fazer do que fez o ministro para além de demitir o Chefe do Estado-maior do Exército", que termina o seu mandato em breve. Já que "estamos na moda da recondução, pode ser que seja essa a solução", ironiza.

O líder parlamentar socialista defende que não faz sentido atribuir "culpas ao Governo por um acontecimento de que o Governo é alheio".

"O ministro da Defesa devia lá estar, vigilante, de lanterna na mão, a andar de noite à volta do paiol?", questionou, novamente irónico.

Por sua vez, Luís Montenegro deixou criticas à forma como o ministro da Defesa e ao Chefe do Estado-maior do Exército conduziram o caso.

As declarações dos dois responsáveis, "não são edificantes quer da cúpula política, no caso do Governo, quer da cúpula militar, no caso das Forças Armadas (...) dá a sensação que andaram os dois a apanhar bonés".

A "demora em obter a verdade", "uma certa desinformação" e a ideia de que "aparentemente chagavam ao ministro informações erradas", são muito prejudiciais para a credibilidade das Forças Armadas, condenou.

Luís Montenegro defende que faz sentido constituir uma Comissão de Parlamentar de Inquérito para "um esclarecimento cabal" do que aconteceu em Tancos.

"Subsistem dúvidas aos olhos das pessoas, da sociedade", argumenta. "Tudo é dúvida, tudo é um manancial de insegurança (...) a Comissão de Parlamentar de Inquérito parece-me um meio adequado para aprofundar o que aconteceu."

Apesar de admitir tratar-se de um assunto "sensível", Carlos César diz que o Partido Socialista "está disponíveis para trabalhar nesse âmbito".

Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues