Mundo

Maduro entre as críticas e abertura ao diálogo com EUA

Venezuela's President Nicolas Maduro greets delegates after addressing the 73rd session of the United Nations General Assembly at U.N. headquarters in New York, U.S., September 26, 2018. REUTERS/Eduardo Munoz Eduardo Muñoz/Reuters

Nicolás Maduro acusa os EUA de quererem fazer passar a ideia de uma crise humanitária na Venezuela para justificar uma intervenção militar no país. Apesar das críticas, manifesta disponibilidade para encontrar-se com Donald Trump.

O presidente venezuelano considera que "hoje a Venezuela é vítima de uma agressão permanente no plano económico, político, diplomático e mediático por parte de quem governa os Estados Unidos da América (EUA)". No plano mediático, está em curso, afirma Nicolás Maduro, "um expediente contra o nosso país para sugerir uma crise humanitária, uma crise humanitária que utilize os conceitos das Nações Unidas para justificar uma coligação de países encabeçada pelo governo dos Estados Unidos e os seus governos satélites na América Latina, que ponham a mão no nosso país".

Na intervenção feita perante os membros da Assembleia Geral da ONU, o presidente da Venezuela sublinhou que a estratégia não é nova. "É o mesmo esquema das armas de destruição massiva no Iraque".

Sobre as razões para esta "ofensiva", Nicolás Maduro encontra pelo menos uma justificação. "A Venezuela é a nação do mundo que possui a maior reserva de petróleo certificada a nível internacional".

"No século XX, propuseram-se a dominar o mundo. No século XXI, pretendem governá-lo, dirigindo, chantageando, ordenando o mundo como se fosse propriedade sua".

O presidente venezuelano responsabilizou também os EUA, ainda que de forma indireta, pela ataque com um drone no passado dia 4 de agosto durante uma cerimónia oficial. Afirma Maduro que "todas as investigações conduzem [à conclusão] de que o ataque terrorista se preparou, financiou e planeou a partir do território norte-americano". As acusações estendem-se à Colômbia. "Todas as investigações indicam que este atentado e os seus autores materiais, como confessaram, foi preparado em território da Colômbia com o apoio das autoridades colombianas". Nicolás Maduro apela a um a investigação independente conduzida pelas Nações Unidas.

Depois das críticas que marcaram a primeira parte da intervenção, o presidente venezuelano voltou a manifestar abertura para um encontro com Donald Trump. Já o tinha feito no parlamento de Caracas, e hoje, depois do presidente dos EUA não ter fechado a porta a essa possibilidade, reafirmou esses sinais. "Disse o presidente Donald Trump que está preocupado com a Venezuela, que quer ajudar a Venezuela,... Bom, eu estou disposto a conversar, com uma agenda aberta sobre todos os temas que queira abordar o governo dos Estados Unidos". Uma declaração saudada com aplausos pelos representares dos países com assento na assembleia-geral da ONU.