À porta do Consulado do Brasil, em Faro, são muitos os brasileiros que se mostram descrentes nos políticos. "Há muita corrupção", dizem. E Jair Bolsonaro é o candidato que colhe as preferências.
Edir está há 18 anos em Portugal. Na rua, à porta do Consulado Brasileiro, espera a sua vez para tratar de uns papéis. No domingo não vai votar. "Não, não vou. Há muita corrupção", afirma.
A descrença pela politica é enorme entre os brasileiros. São várias as pessoas a afirmarem perentoriamente que no domingo não vão deslocar-se ao consulado brasileiro para colocarem o seu voto na urna." Do jeito que as coisas estão no Brasil dá vontade de não votar" diz Ana Rita. Está há 3 anos a viver em Portugal. Tem filhos e família no Brasil." Eu estou aqui e dói ver o que a minha família está a passar por ter colocado corrupto lá".
Mas entre os que não votam há quem afirme, e são muitos, que se fosse colocar a cruz num candidato seria em Bolsonaro." Já tentámos de tudo, temos que colocar alguém lá", desculpa-se um cidadão brasileiro." Bolsonaro vai dar uma mexida na poeira", acrescenta.
Os que defendem o candidato de direita afirmam que o PT, o partido dos Trabalhadores do ex- presidente Lula da Silva envolveu-se numa teia de corrupção e só privilegiou alguns.
E vão mesmo ao ponto de dizer que talvez seja necessária uma ditadura no País. Eliesi usa uma metáfora para defender esta ideia."Se tem uma dor de cabeça leve toma um remédio pequeno, se tem uma dor de cabeça maior, toma remédio maior. Então é a mesma coisa, o Brasil precisa de um antídoto maior em relação ao problema que está criado", afirma " Que venha a ditadura, pelo menos vai-se restruturar coisas que hoje não temos como brasileiros", conclui.
Para outros cidadãos brasileiros, o risco de ditadura com Bolsonaro não se coloca visto que, segundo eles, o Brasil já tem uma democracia consolidada.
Mas Ana Rita tem receio. Receio de que se Jair Bolsonaro chegar à presidência do Brasil este se torne um País intolerante."Eu estou com medo. A minha família está lá", lamenta.
Quem está em Portugal, há apenas uns meses ou há muitos anos continua a receber os ecos do lado de lá do Atlãntico. De familiares que permaneceram no Brasil e têm a vida cada vez mais difícil", Falam sobre o preço das coisas, trabalham muito e passam muita dificuldade". Uma mulher brasileira admite que não vai votar :" Só resta a gente se apegar a Deus", conclui.