Concluíu-se em Timor a «Operação Cobra», a maior operação militar portuguesa desde a guerra colonial, que foi considerada um êxito pois desapareceram as milícias que operavam no centro do território. Há, contudo, a registar a morte de dois soldados num acidente de helicóptero.
A «Operação Cobra» envolveu um total de 350 homens nos distritos de Aileu, Ainaro e Manufai situados na zona central, a mais perigosa pela intensa actividade das milícias.
As populações com medo viviam fora das aldeias, recolhidas nas montanhas. Hoje, um mês e meio depois, terminada a operação, a vida está praticamente normalizada.
Segundo o tenente-coronel Martins Ferreira, comandante do contingente português em Timor, a actividade das milícias está reduzida a zero.
Em termos gerais a operação foi um sucesso porque acabou com as milícias naqueles distritos, porque permitiu o regresso das pessoas às suas casas, mas também porque foi possível colocar no terreno as estruturas administrativas que não existiam.
«Nós praticamente ocupámos todas as aldeias, isolámos completamente para que não conseguissem chegar ao pé as populações, porque eram detectados».
O tenente-coronel Martins Ferreira considera que a situação no território é calma. As milícias ainda existentes evitam o confronto directo com os militares, mas continuam a ser fonte de instabilidade e insegurança. A solução só será encontrada quando se resolver o problema dos refugiados de Timor Ocidental e cativando a boa vontade da Indonésia.
A «Operação Cobra» saldou-se num êxito, também a nível humano. As únicas baixas registadas não envolveram combates directos, mas um acidente de helicóptero, em que dois paraquedistas perderam a vida.