A primeira Flash mob em Portugal acabou por contar apenas com três participantes e uma dezena de curiosos, que se juntaram frente à Assembleia da República. A maior concentração acabou por ser feita pelos jornalistas.
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Alguns minutos antes do relógio marcar as 15:30, em frente à Assembleia da República já se podia perceber que algo estava para acontecer. Uma massa de jornalistas e uma dezena de curiosos foram ver como seria a primeira Flash mob portuguesa.
Alguns dos curiosos disseram que foram informados da iniciativa pelos meios de comunicação social e que estavam no local para «ver o que se ia passar». Enquanto uns falavam com os jornalistas, outros perguntavam «mas o que é que se vai passar?»
Alteração de planos
Inicialmente, segundo o site Flash Mob Portugal, estava previsto que os participantes se iriam reunir às 15:30, frente à Assembleia da República, seguindo-se uma vaia, uma salva de palmas e um aceno de adeus, antes de desmobilizarem. Todas as acções teriam um minuto de duração.
Mas na passada sexta-feira as regras mudaram e os planos só foram divulgados desde então. Assim, as pessoas teriam de ficar de pé (às 15:31) e olhar à volta, com a mão a fazer de pala contra o sol. Às 15:32 teriam que fazer uma expressão de como encontraram a pessoa procurada e no final gritariam, bem alto, «yes».
Foi o que aconteceu. O único problema é que apenas três pessoas decidiram participar na primeira Flash mob portuguesa. Já os jornalistas formavam um grupo com mais de duas dezenas de pessoas.
Mas esta situação não é inédita. Em Toronto, uma Flash mob foi cancelada quando no local se reuniu um número de jornalistas e polícias muito superior ao dos participantes.
Excesso de divulgação
Enquanto se esperava pelo início da «mob», um homem de óculos escuros e boné passeava-se descontraidamente pelo local, com vários jornalistas a segui-lo. Chama-se Lucas e tem 32 anos. Disse que foi apenas participar, mas os presentes assumiram que se tratava do organizador, talvez por estar tão bem informado.
Lucas criticou o excesso de divulgação, e com pronuncia do Brasil lá foi negando ser o organizador. Disse desconhecer a súbita alteração de programação, mas adiantou que está a ser preparada uma Flash mob a nível nacional.
«Mobers» fora de horas
Depois dos três participantes desmobilizarem Ana Lopes, de 15 anos, aproximou-se timidamente. Disse que foi por «curiosidade», mas chegou atrasada. O mesmo se passou com os seus três amigos, que ao chegarem ao local (com alguns minutos de atraso) voltaram para trás.
Um deles, Vasco Teixeira, de 17 anos, disse ter ido até à Assembleia da República «por ser uma coisa irracional» e por «não ter sentido». No entanto, criticou o facto da iniciativa ter sido «pouco divulgada».
Polícia alerta
Nas escadas da Assembleia, apenas se viam alguns polícias. Tudo parecia indicar que era um dia como tantos outros. Mas a escassos metros da Assembleia estava estacionada uma carrinha da polícia, que só abandonou o local cerca das 15:50.
Entretanto, o comissário Daniel Gomes excplicou à TSF Online que já estavam informados da realização da Flash mob, e adiantou que não foram tomadas medidas especiais. «Sabíamos que ia acontecer qualquer coisa e reforçamos a segurança», disse o comissário.