Cerca de 1,2 milhões de portugueses vão ficar mais perto dos serviços de urgência. Com a nova rede, cem mil utentes ficam a mais de 45 minutos destes serviços, anunciou a comissão de requalificação das urgências.
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De acordo com António Marques, porta-voz da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências, estes 1,2 milhões de habitantes estão localizados essencialmente no «interior do país e em zonas populacionais baixas».
Durante uma reunião técnica que a comissão promoveu para a comunicação social, António Marques explicou que, actualmente, mais de 450 mil portugueses ficam a mais de 60 minutos de qualquer ponto de urgência.
Segundo os dados hoje apresentados, serão cerca de 100 mil os portugueses que irão estar a mais de 45 minutos de um posto de urgência.
O objectivo principal desta reforma é, lembrou António Marques, que pelo menos 90 por cento dos utentes demorem menos de 30 minutos no trajecto até a um serviço de urgência e menos de 45 minutos no trajecto de acesso a uma urgência médico-cirúrgica.
Para alcançar este objectivo - que se prevê não seja alcançado por pelo menos cem mil portugueses - a rede conta com a criação de serviços de urgência básica.
A nova rede contará com três tipos de serviços de urgência - Serviço de Urgência Básica (SUB), Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC) e Serviço de Urgência Polivalente (SUP) -, num total de 83 serviços.
De acordo com o executivo, verifica-se um aumento do número de pontos da Rede de Urgência em relação aos actuais 73, objectivo conseguido porque, apesar do encerramento previsto de 14 urgências hospitalares, são integrados na Rede os serviços de atendimento urgente reconvertidos de 24 centros de saúde.
A reorganização proposta por 11 especialistas deverá começar a ser executada no início do próximo ano, e propõe o encerramento de cinco serviços de urgência na Região Norte (dos hospitais de Peso da Régua, Macedo de Cavaleiros, Vila do Conde, Fafe e Santo Tirso), sete na Região Centro (nos hospitais de S. João da Madeira, Espinho, Estarreja, Ovar, Anadia, Fundão e Cantanhede) e dois na região de Lisboa (Curry Cabral e Montijo).
Até lá, e segundo António Marques, estão a ser elaborados planos de requalificação, já que existem serviços que não estão em condições de obter a qualificação de urgência polivalente ou médico-cirúrgica.