Um total de 2.400 empresas de todo o mundo pagaram subornos ou comissões ilegais ao regime de Saddam Hussein no âmbito do programa humanitário Petróleo por Alimentos.
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O relatório final da comissão de inquérito independente da ONU refere que os países com maior número de empresas envolvidas são a Rússia, a França e a China.
O Governo iraquiano seguia uma política deliberada de favoritismo em relação a países encarados como «amigos», com o objectivo de conseguir o levantamento das sanções internacionais impostas ao país, indica o relatório.
O documento, divulgado na sede da organização, em Nova Iorque, aponta ainda que 139 empresas envolvidas pertencem ao sector petrolífero e as restantes 2.253 pagaram comissões para serem escolhidas para enviar assistência humanitária para o Iraque.
De acordo com o relatório, a operação permitiu ao regime iraquiano do ex-Presidente Saddam Hussein cobrar subornos no valor de 1.482 milhões de euros.
Entre as empresas envolvidas no esquema, encontram-se a Volvo Construction Equipment, sedeada em Bruxelas, que pagou, segundo o relatório, 262.870 euros ao Governo iraquiano, no âmbito de um contrato de 5,3 milhões de euros, e a Daimler-Chrysler, sedeada na Alemanha, que pagou 5.800 euros adicionais num contrato de 58.000 euros.