Três quartos da população não estão preparados para o futuro. Esta afirmação foi hoje feita pelo presidente da Associação Industrial Portuguesa, Rocha de Matos, que defende a urgência de «saltos qualitativos vigorosos».
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O presidente da AIP, Rocha de Matos, afirmou hoje que três quartos da população activa entre os 25 e os 64 anos não estão preparados para enfrentar o futuro ao nível da modernização e das novas tecnologias.
Durante a conferência Engenharia e Tecnologia, que decorre em Lisboa, Rocha de Matos sublinhou que «não existem qualificações para participar nas tarefas de modernização».
O representante dos industriais alertou que essa percentagem pode ser ainda de 60 por cento dentro de seis anos, e de 40 a 50 por cento em 2015.
Para que Portugal vença o desafio da economia do conhecimento, Rocha de Matos defende a existência de «um programa mobilizador que privilegie o saber cientifico e tecnológico, sem descurar a cultura em geral».
Na opinião de Rocha de Matos, as grandes debilidades do ensino em Portugal estão na experimentação, na reduzida prática cientifica e no quase abandono da tecnologia.
Para o presidente da AIP, é «uma verdade incontroversa» que a relação entre qualidade e quantidade está «exageradamente desequilibrada», uma vez que o número de estudantes do ensino superior «está em quadros comparáveis ao dos países mais desenvolvidos».