Cientistas alemães descobriram um modo de acabar com a calvície, através do controlo de produção de queratina efectuado por uma proteína até agora oculta. Da descoberta à comercialização do produto ainda falta um grande passo.
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Cientistas alemães do Instituto Max Planck de Imunobiologia descobriram uma proteína que regula a produção de queratina, uma substância das unhas e dos cabelos que pode reverter o processo de queda capilar.
Por um mero acaso, os pesquisadores encontraram a proteína «whn» enquanto estavam a estudar supostas falhas imunológicas em ratos de laboratório sem pêlos.
«Já compreendemos como opera essa proteína e podemos influir sobre ela», declarou à «CNN» Thomas Boehm, chefe do grupo de imunobiólogos do Instituto Max Planck, com sede em Freiburg, no sul da Alemanha.
Com uma substância que os pesquisadores descobriram recentemente, é possível desactivar a «whn» e desacelerar o crescimento de pêlo nas áreas não desejadas.
Se os efeitos da proteína são intensificados sobre as camadas mais externas da epiderme, na cabeça pode-se vir a conseguir o contrário: parar com a queda de cabelo e promover o seu renascimento de modo abundante e vigoroso.
No entanto, a proteína «whn» é apenas um dos factores que desempenham um papel fundamental no crescimento do cabelo.
Da descoberta até ao produto final
A dermatologista Ulrike Blume-Peytavi, da Clínica Benjamin Franklin, da Universidade Livre de Berlim, acredita que «será difícil incluir esta substância num champô ou num creme para se alcançar directamente o objectivo».
O grupo tem em vista a criação de uma empresa para comercializar o produto, mas não acredita que se possa produzir um creme capilar antes de 2001. Afinal, «os testes clínicos ainda vão exigir muito tempo», afirmou Boehm.
Actualmente, são poucos os produtos deste género que existem no mercado mundial.
Até agora, só se conseguiu um certo êxito com uma substância denominada finasteride, que bloqueia a hormona que provoca a maioria dos casos de calvície masculina.
Nas mulheres, a queda de cabelo tem sido controlada com tinturas que contêm estrógenos ou com pílulas anticoncepcionais, embora os cientistas afirmem que dessas aplicações com hormonas as pessoas não podem esperar muitos milagres.