O caso da Casa Pia faz lembrar a fábula do vampiro que foi posto a guardar um banco de sangue. O funcionário finalmente detido representa essa figura repugnante, mas a imprensa, sobretudo as televisões, correm agora o risco de
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Os boatos envolvendo nomes já começaram a circular em surdina, abrindo campo a toda à contra-informação que mata o próprio jornalismo. E nesse sentido é bom lembrar alguns capítulos do livro que Pacheco Pereira lança hoje,
intitulado «Vai Pensamento».
Porque agora é mesmo o jornalismo que tem que dar provas de ser um exercício da luz contra as sombras. Numa notável crónica publicada no Diário de Notícias Francisco Sarsfield
Cabral manifesta-se contra a tabloidização dos media, mas perante o pântano, não tem dúvidas em declarar que prefere os excessos da imprensa ao silêncio que permitiu a violação de crianças durante anos a fio.
Na mesma linha, o editorial do Público lembra a sede de justiça, mas adverte para o perigo dos julgamentos populares sumários. Ambos os textos são peças fundamentais para o debate que se segue. Porque, como diz o editorial do Público, citando Milan Kundera, a ciência do jornalismo é combater a injustiça sem cair nela.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m