A televisão venceu a escola e os portugueses lêem pouco.
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Esta é a situação real de um país republicano que quase trinta anos depois do 25 de Abril tem um «reality show» em cada esquina e onde o estilo pimba é agora quem mais ordena.
Estamos hoje quase na penúria material mas é do choque com a realidade que podem nascer os grandes movimentos cívicos. As grandes revoluções. O regresso da política já só pode fazer-se pela cultura e ainda bem.
Há males que podem levar-nos a inverter a tendência fatal para a depressão colectiva. Se a sociedade civil não existe é preciso inventá-la. Urgentemente.
Mesmo que a entrega do canal 2 da RTP seja um simples pretexto para descobrir esta ficção, é preciso fazer da sociedade civil uma realidade para preencher o vazio político português.
Chegados aqui é também fundamental começar por fazer da escola um espaço público primeiro de aprendizagem da cidadania. E começar por explicar aos futuros cidadãos deste país que uma sociedade civil não faz julgamentos
populares, mas tem - isso sim - uma forte opinião pública.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m