O Conselho de Administração da RTP considera que as acusações de intervenção do Governo na informação da estação pública de televisão destinam-se apenas a «denegrir» a imagem da operadora.
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Em comunicado divulgado ao final da tarde desta segunda-feira, o Conselho de Administração reitera também a confiança nos directores da Televisão Pública e critica o que chama de «linguagem que atinge a idoneidade e a honra de quem exerce funções na RTP».
Ontem, Miguel Macedo, secretário-geral do PSD, acusou a televisão pública de ser um «palco de propaganda do Governo».
Uma indignação motivada pelo Programa da RTP "Prós e Contras", desta segunda-feira, sobre o OE, e para o qual não foi convidado nenhum elemento social-democrata.
Em declarações à TSF, depois de conhecido o comunicado do Conselho de Administração da RTP, Miguel Macedo mantém todas as acusações e recusa ter ofendido quem trabalha na televisão pública.
«Repito o que disse ontem, isso [ausência do PSD no debate] é escândaloso. Isto [comunicado da RTP] mostra que a RTP não tem respeito por si própria porque já nem sequer tenta disfarçar o alinhamento que tem com o Governo», disse o social-democrata.
também o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Agostinho Branquinho, reafirmou hoje as acusações de «parcialidade brutal da informação da RTP», exemplificando com o acompanhamento das eleições internas no PS e no PSD para o líder do partido.
«Veja-se a disparidade e a parcialidade no tratamento em situações que são exactamente iguais, ambas sem oposição interna», disse, referindo-se às eleições directas de Marques Mendes para presidente do PSD e de José Sócrates para secretário-geral do PS
A Entidade Reguladora da Comunicação Social solicitou já a audição de seis jornalistas da RTP e dos dois assessores do primeiro-ministro. A audição está agendada para amanhã, quarta-feira.