A adesão global à greve da Função Pública situa-se acima dos 80 por cento, de acordo com a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, uma das estruturas sindicais que convocou a paralisação para esta sexta-feira. Já o Governo diz que a greve ronda os 20 por cento.
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Ana Avoila adiantou que a adesão tem maior incidência nos sectores da educação, saúde e justiça.
A dirigente sindical, que se encontra acompanhada pelo secretário-geral da CGTP, falava aos jornalistas durante uma paragem no INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) para acompanhar o desenvolvimento da greve.
No INEM, a adesão à greve situa-se na ordem dos 90 por cento segundo Gustavo Oliveira, do Sindicato da Função Pública.
Dos doze operadores que estão a trabalhar, dez estão em greve, mas encontram-se em funções para cumprir os serviços mínimos que foram acordados entre o sindicato e o INEM. Em dias normais o número de operadores é, em média, de 14.
Na área da Justiça, Ana Avoila apontou alguns exemplos de Tribunais encerrados por todo o pais, como é o caso do Tribunal de Gondomar, Vila do Conde, Famalicão, Aveiro, Viseu, Guarda, Oeiras, Almada, Caldas da Rainha, Abrantes, Montemor-o-Novo, Silves e Vila Real de Santo António.
Encontram-se também encerrados o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto e Lisboa e o DIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal), de Évora.
Ana Avoila acrescentou que os serviços centrais de Finanças registam uma adesão na ordem dos 50 por cento.
O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, que está a visitar durante o dia de hoje alguns dos serviços em greve, afirmou que é «inquestionável» que está em curso uma grande greve na Função Pública.
Governo avança com adesão de 20%
Por seu lado, o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, informou que a adesão à greve está a ter uma adesão média de 20,03 por cento na administração central.
João Figueiredo explicou aos jornalistas que os dados foram apurados a partir «do carregamento feito pelos serviços públicos sem qualquer intervenção dos ministérios».
Segundo o secretário de Estado, os dados divulgados têm como base 290 mil carregamentos feitos de funcionários.