O governo israelita reprovou, este domingo, uma tentativa de última hora apoiada pelo ministro das Finanças, Benjamin Netanyahu, de adiar a retirada de colonos judeus da Faixa de Gaza por seis semanas em relação à data prevista da operação.
Corpo do artigo
Dezoito ministros votaram contra a proposta de adiamento da retirada, inicialmente por um período de pelo menos três meses mas desta vez por apenas mês e meio, apresentada pelo ministro da Agricultura, Israel Katz.
Apenas três ministros se pronunciaram a favor desse adiamento: Netanyahu, Katz e Dany Naveh (Saúde), três membros da linha «dura» do Licud, o partido de direita do chefe do governo, Ariel Sharon.
De acordo com Israel Katz, a retirada deveria ser adiada por pelo menos três meses para precaver contra o risco de a Faixa de Gaza poder «cair nas mãos do Hamas», o movimento radical islamista palestino, e devido aos atrasos na construção de alojamentos em Israel destinados aos colonos a evacuar.
Ariel Sharon afirmou que «qualquer adiamento da retirada é perigoso e por conseguinte está excluído» e denunciou os ministros que «pouco ou nada condenaram a violência dos extremistas israelitas durante a campanha anti-retirada que lançaram».
Antes da votação, Benjamin Netanyahu, antigo primeiro-ministro e principal rival de Ariel Sharon, comunicou que não participará na votação prevista para quarta-feira no parlamento sobre um projecto de lei de um deputado da extrema-direita que prevê igualmente um adiamento da retirada.
A moção, que deve ser objecto de uma votação preliminar, foi submetida pelo deputado Zevolun Orlev, do Partido Nacional Religioso (PNR), porta-voz dos colonos.
Se for rejeitada, como muito provavelmente ocorrerá, nenhuma outra moção apresentada por deputados opostos à retirada de Gaza poderá ser apresentada e debatida pelo parlamento antes do início da sua implementação da medida, prevista para meados de Agosto.