A advogada de dois dos detidos no domingo na sequência da operação "Noite Branca" no Porto considerou «exagerado» o facto de estes terem sido acusados de pertencerem a um grupo terrorista. Fátima Castro diz que esta é uma «manobra para mostrar serviço».
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A advogada de dois detidos que alegadamente estarão envolvidos nas mortes relacionadas com os negócios da noite do Porto considera «exagerada» a acusação de terrorismo lançada contra eles.
«Associação terrorista envolve de alguma forma um enquadramento diferente daquilo que se pode entender para a associação criminosa», afirmou Fátima Castro.
A causídica explicou que esta acusação é «mais gravosa no sentido em que o terrorismo implica necessariamente a segurança nacional ou de entidades pública, o que não parece que seja aqui o caso».
Já esta terça-feira, esta advogada adiantou mesmo que os seus clientes, bem como a generalidade dos detidos que serão ouvidos pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto «estão chocados» com a acusação de terrorismo que lhes foi feita.
Contudo, Fátima Castro adiantou que estes «estão calmos, de consciência tranquila e disponíveis para colaborar com a justiça», não tendo «nada a esconder».
A advogada confirmou ainda que Bruno "Pidá", o alegado líder do denominado gangue da Ribeira, será o primeiro a ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal do Porto pela juíza Anabela Teireiro.
«Os interrogatórios dos suspeitos pelo TIC vão demorar todo o dia e entrar pela madrugada», explicou Fátima Castro, que representa Paulo Aleixo e Sandro Onofre.
Os 11 suspeitos detidos na sequência da operação "Noite Branca" no domingo entraram esta terça-feira de cara tapada no TIC do Porto à excepção de Bruno "Pidá", que acenou para alguns amigos que se encontravam à porta do Tribunal.
Na segunda-feira,apenas se realizou a identificação e prestação de informações sobre ios respectivos antecedentes criminais, realizando os interrogatórios esta terça-feira.
Apesar de os ânimos estarem mais calmos do que na segunda-feira, a polícia continua a controlar o perímetro em volta do tribunal, constituído por mais de uma dezena de polícias.
Para além de terrorismo, estes suspeitos são acusados associação criminosa, homicídio voluntário, tráfico de estupefacientes e receptação e detenção de armas proibidas.