Três dos advogados envolvidos no processo Casa Pia criticam o apelo lançado, este fim-de-semana, pelo bastonário da Ordem dos Advogados, que pediu contenção a todos os intervenientes no processo, sublinhando que essa atitude vai garantir um processo equitativo e um julgamento justo.
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Serra Lopes, um dos advogados de Carlos Cruz, faz uma alusão religiosa para responder aos argumentos do bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice.
«Os meus comportamentos são determinados pelo que vem na bíblia, no caso o estatuto dos advogados, depois pela minha consciência», garante Serra Lopes.
«Por consequência, o dr José Miguel Júdice continua a ser um paladino de todas essas convocações éticas, mas não deve perder tempo, a não ser que se considere um Papa de uma igreja e entenda que tem que mandar instruções para os seus fiéis todos», prossegue.
José Maria Martins adianta estar surpreendido com este pedido e vai mais longe.
«Não faço a mínima ideia do motivo da preocupação do senhor bastonário. A Ordem dos Advogados devia ter chamado os advogados da Casa Pia para falarmos entre nós», afirma.
«É errado usar a comunicação social para dar a entender que os advogados da Casa Pia são irresponsáveis, que não sabem quais são os seus limites deontológicos», acrescenta.
Para Paulo Cunha e Sá o bastonário não pode prejudicar os interesses do ex-provedor da Casa Pia.
«Com todo o respeito pelas indicações transmitidas pelo senhor bastonário e na medida do estritamente necessário à defesa da posição do dr Manuel Abrantes, procurarei ser equilibrado, mas a contenção não pode de maneira nenhuma prejudicar a vertente pública da defesa do meu cliente», diz Paulo Cunha e Sá.
O início do julgamento do processo Casa Pia continua marcado para o próximo dia 25.