Os advogados envolvidos no processo Casa Pia esperam que o julgamento, que se inicia quinta-feira, seja demorado. Ainda assim, e perante esta previsão, esperam que não sejam utilizados muitos expedientes legais que façam atrasar ainda mais o julgamento.
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O julgamento do caso Casa Pia vai levar a tribunal mais de 700 testemunhas, de defesa e acusação, arguidos, advogados e juízes. Perante este cenário e toda a complexidade que envolve o caso, todos esperam um julgamento justo mas moroso.
António Pinto Pereira, advogado das alegadas vítimas, diz que este processo marca «simbolicamente de alguma maneira» o encontro da pedofilia com a justiça portuguesa.
Todos os advogados consideram que este é um julgamento complexo e por isso acreditam que será moroso. No entanto, Paulo Sá e Cunha, advogado de Manuel Abrantes, deseja que, antes do próximo Verão, o julgamento esteja terminado.
Um «elevado número de testemunhas que vão ser ouvidas e a natureza da prova em que vai assentar a audiência e o desenrolar da audiência do julgamento», são razões apontadas por Paulo Sá e Cunha, para que o julgamento se prolongue até ao Verão.
Também José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino, prevê um julgamento prolongado por vários meses.
Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, também está convencido da morosidade do julgamento e não vê razão para que sejam usados incidentes processuais para atrasar ainda mais o processo.
«O que nós temos é de ouvir a prova testemunhal, pericial e avaliar a prova documental que existe nos autos. Será um julgamento duro pela natureza dos factos que estão em causa, e pela circunstância de ir ser um julgamento demorado», avança Sá Fernandes.
Em julgamento vão estar sete arguidos por crimes que vão de abuso sexual de menores a lenocínio e um oitavo arguido que só vai responder pelo crime de posse ilegal de arma. O julgamento do caso Casa Pia começa esta quinta-feira, dia 25 de Novembro.