A falta de tempo é a principal razão que leva os portugueses a conhecerem a «cara-metade» através de agências de encontros.
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Os portugueses não têm tempo para conhecer a pessoa com quem casar. A opinião é de Fátima Campos Sousa, da Agência Matrimonial Alexia, a funcionar no Porto desde Outubro do ano passado.
Segundo diz, é a falta de tempo que leva a maioria dos seus clientes a recorrer aos serviços da empresa. Os casamentos por agência são ainda «uma novidade» em Portugal, mas o serviço é «necessário e cada vez mais actual», defende a empresária.
Actualmente, 60 por cento dos clientes da agência têm entre 30 e 55 anos. Mas também há «muita procura» da faixa etária entre os 22 e os 30 anos, afirmou Fátima Campos Sousa à Lusa.
A empresária salienta que os mais velhos, em particular pessoas viúvas, também recorrem ao serviço casamenteiro. Esses preferem a união de facto, uma vez que para muitos casar implicaria a perda da reforma do conjugue já falecido. A mesma fonte explica que a maioria dos casais de agência procura o anonimato com medo de serem «criticados e ridicularizados».
Uma das maiores dificuldades de que a empresa Alexia se queixa é da ausência de regras. Fátima Campos Sousa refere que «apenas existe o enquadramento legal nas finanças» e que não há regras de funcionamento nem de fiscalização, «como acontece em Itália», onde a empresa-mãe da Alexia está sediada há 10 anos. A empresária afirma que a criação de normas de actuação no mercado permitiria acabar com as agências que funcionam com «chamadas de valor acrescentado ou prostituição e que se camuflam atrás do nome de agências matrimoniais, quando nada têm a ver com isso".
Empenhada em mostrar um serviço honesto, sério e credível, Fátima Campos Sousa afirma que esta é uma actividade "interessantíssima". A maior satisfação acontece quando as vidas se unem e «os casais nos visitam para cumprimentar e por vezes agradecer com um pequeno ramo de flores ou algo mais», refere a proprietária.
A empresa Alexia funciona actualmente no Porto, em Lisboa e Amarante e tenciona abrir mais delegações em Portugal, «desde que apareçam pessoas com formação e vontade para trabalhar». Ou seja, pessoas para fazer os outros felizes através de encontros amorosos.