A CNA acusa o Governo de «apunhalar» os agricultores pelas costas com a nova lei orgânica para o Ministério de Agricultura. Já a CAP espera que esta lei permita um «apoio mais efectivo» e mais informação aos agricultores.
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A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que a nova lei orgânica para o Ministério da Agricultura vai ter implicações na vida dos agricultores e acusa o Governo de dar uma «punhalada nas costas» aos trabalhadores do sector.
«Quando as coisas estão a ser feitas nas costas dos principais interessados», os agricultores, é porque só pode vir aí uma «punhalada nas costas» disse à TSF, João Dinis, dirigente da CNA, acrescentando que o silêncio do ministro é uma «atropelo grave à democracia».
João Dinis afirma também que o Governo continua na «senda desastrosa de encerrar serviços públicos», já que, de acordo com as «declarações avulsas do ministro», eram para fechar «200 zonas agrárias», praticamente todas as existentes no país.
Já o secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) espera que a nova lei orgânica possa corrigir o que tem funcionado mal.
A «preocupação» da CAP é que a reforma do ministério venha possibilitar aos agricultores «um apoio mais efectivo», que permita, por exemplo, a «utilização total das verbas comunitárias» e «informações a tempo e horas», opina Luís Mira.
O secretário-geral da CAP relembra que a Comissão Europeia permitiu a todos os Estados-membros adiantar o pagamento das ajudas comunitárias para o dia 16 de Outubro e «Portugal ainda não o fez e só o fará no final de Fevereiro», trazendo «prejuízos para todo o sector».
A nova lei orgânica para o Ministério da Agricultura vai ser aprovada esta quinta-feira e só depois o ministro da tutela, Jaime Silva, promete anunciar o que está previsto.
Em causa estão sobretudo a passagem de mais de três mil trabalhadores do ministério para o quadro de supranumerários do Estado e a privatização de alguns serviços públicos.