Um estudo científico publicado esta sexta-feira demonstra que os homens produzem menos esperma se estiverem expostos a pesticidas e solventes.
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Este estudo conduzido por uma equipa médica de França e da Argentina observou 225 homens de uma região agrícola deste país da América do Sul. Os cientistas concluíram que a exposição a insecticidas, jungicidas e herbicidas limita a capacidade dos homens para ter filhos.
«A exposição a pesticidas e solventes é muitas vezes associada com a quebra do número de esperma, a níveis mais baixos dos que os níveis considerados necessários para a fertilidade masculina», escreve o médico Luc Multigner, do instituo francês ISERM, no relatório hoje publicado no jornal «Human Reproduction».
A preocupação com a escassez de esperma começou há oito anos, quando em 1992 os cientistas holandeses descobriram que o esperma estava a diminuir a nível mundial. Muitos especialistas responsabilizam os factores ambientais por este declínio, bem como um aumento do cancro nos testículos.
Para que este estudo, agora publicado, fosse feito, Multigner e Alejandro Oliva, do Hospital Italiano na cidade de Rosário, na Argentina, questionaram, entre 1995 e 1998, todos os homens que se dirigiram ao hospital para a consulta de fertilidade. As perguntas diziam respeito ao estilo de vida, história clínica, ocupação profissional e exposição aos pesticidas.
Apesar de outros factores poderem contribuir para a infertilidade, os cientistas dizem que o ambiente e a exposição a químicos agrícolas é predominante porque «os testículos são um dos orgãos humanos mais vulneráveis ao ambiente», refere o médico Luc Multigner.
Assim, estes cientistas alertam para as práticas agrícolas intensivas, adeptas do uso dos pesticidas.