O Plano Nacional da Água vai ser este ano apresentado. O Instituto da Água promete ter concluído em 2001 o quadro de referência que atravessa horizontalmente a gestão das bacias dos rios portuguesas.
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Com alguns planos de bacia já em consulta pública e com a Espanha já a discutir, pela segunda vez, o que vai fazer à água dos rios, Portugal coloca-se perante a necessidade de garantir água para os planos de rega e a defesa do rio como paisagem ambiental.
Foi, aliás, este conceito que Portugal levou até Espanha como argumento para o Acordo Ibérico dos rios trans-fronteiriços. É também este conceito que está expresso na Directiva Quadro da Água, da União Europeia e foi por isso incluído no documento que os espanhóis têm em consulta pública.
Mas em Espanha nem todos estão de acordo com a possibilidade de transferências de água da bacia do Ebro para o sul da Península e por isso já se fala de mudanças no «Plan Hidrológico».
O Presidente da Comunidade de Aragão, onde nasce o Ebro, tenta negociar com Madrid que este rio não seja o único a ceder água ao sedento sul.
Assim, há quem defenda, em Espanha, cada vez mais, a utilização «optimizada do aqueduto Tejo-Seguro», um transvase acordado entre Lisboa e Madrid nos convénios dos anos 60 e que continua em vigor, mas que nunca foi utilizado na sua totalidade pelos espanhois.
Este pode ser um ponto de conflito ambiental no futuro, mas a nível exclusivamente nacional tudo está nas margens do «grande rio do sul». A cota da barragem do Alqueva ainda é um ponto de batalha para os ambientalista que não desistem de ver menos montes inundados.
As associações ambientalista querem que a água do Alqueva não suba acima dos 147 metros, quando a cota determinada pela Empresa de Desenvolvimento das Infra-estruturas do Alqueva são os 152 metros, o que inundaria cerca de 20 mil hectares.