A Agência Internacional de Energia Atómica vai realizar uma reunião na terça-feira para discutir o programa nuclear iraniano, um encontro marcado a pedido da "troika" europeia. Contudo, o Irão parece decido a continuar o seu programa.
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A Agência Internacional da Energia Atómica confirmou esta sexta-feira que o Reino Unido, a França e a Alemanha pediram uma reunião de urgência para discutir a insistência do Irão no seu programa nuclear.
Os europeus pretendem nesta reunião, marcada para terça-feira, fazer mais um aviso a Teerão que continua a insistir em recomeçar o seu programa de conversão de urânio, opção que não agrada nem à União Europeia nem aos EUA.
A "troika" europeia já disse que o Irão tem um «direito inalienável à utilização pacífica da energia nuclear em conformidade com o Tratado de Não Proliferação».
Os europeus estão mesmo dispostos a «promover o comércio, o investimento, as transferências de tecnologia, a trabalhar na negociação de um acordo UE/Irão e no apoio político para que o Irão entre na Organização Mundial de Comércio» caso o Irão desista do seu programa nuclear.
A "troika" indicou ainda que espera uma resposta às suas propostas, sem que nenhum prazo tenha sido marcado, e que está pronta a discutir com os iranianos «as suas sugestões para um acordo de longa duração sob a reserva de uma suspensão das actividades».
As autoridades iranianas disseram que deverão dar uma resposta até sábado sobre estas propostas, de acordo com o porta-voz do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros.
Contudo, são poucos os que acreditam que o Irão venha a aceitar estas propostas, até porque uma fonte diplomática citada por uma agência semi-oficial iraniana já se apressou a dizer que estas propostas «são nulas e violam o espírito do acordo de Paris».
«Nestas propostas, não existe abertura para o direito legítimo da República Islâmica (do Irão) ao enriquecimento (de urânio), insistindo sempre os europeus para a cessação destas actividades», acrescentou este diplomata a coberto do anonimato.